sábado, 9 de março de 2013

O Desconhecido Orisá Okê (Olooke, Oloroke) O Orisá do Monte, das Montanhas...


Fonte - Axé Olorokê

E sobre o monte, a vida, do homem é possível entre os Orisás, existe um chamado Orisá Okê. Entre todos os Okê, existe um mestre muito importante de nome Olooke, o dono e senhor das montanhas. Anteriormente existiam vários outros Okê junto com ele. Eles também são muito importantes e não se deve brincar com eles, já que representam a justiça acima de qualquer coisa. Sua importância se deve muito ao fato de que todos os Orisás que chegaram no tempo da criação, desceram à Terra por intermédio de Olooke. Okê foi a primeira ligação entre Orun e Aiye (Céu e Terra), sendo que ele foi a primeira terra firme, uma montanha que elevou-se do fundo do mar a pedido de Olodumare e com a ajuda de Oroina e resfriada por Olokun.
Conta o mito dos tempos da criação que no principio do mundo, só reinava Yeye Olokun, a deusa do oceano avó de Ya Olokun e bisavó de Yamoja, e Olodumare.
O Deus supremo estava aborrecido com tanta monotonia de só haver água cobrindo tudo, então ordenou a Oroina, o Fogo Universal, matéria de origem do sol, a lava vulcânica contida nas entranhas da terra, a fazer surgir com a força vital da existência que lhe deu Olodumare, a primeira colina do fundo do mar que cresceu em forma de um vulcão em erupção lançando lava que ela (Oroina), com a ajuda de Olooke, Aganju, e Igbona, trazia das profundezas da terra e que eram resfriadas por Olokun.
Foi assim que nasceu Okê, a montanha, divindade que também é conhecida como Olooke, o dono e senhor da montanha.
Logo Olodumare, o universo com todos os seus elementos, reuniu todos os demais Orisás Funfun em Okê e determinou a cada um, o seu domínio na criação da vida. Chegaram primeiro Obatala e Yemu (Oduaremu). Após a chegada de Obatala e sua esposa Yemu, chegaram os outros Orisás Funfun, sendo um muito especial: Akafojiyan que com seu irmão Danko (ou Ndako) encabeçou os demais vindos à frente e este último passou a habitar os bambuzais brancos.
Chegaram Ogiyan, Olufon, Osafuru, Baba Ajala, Olufande, Orisá Ikere e todos os demais Orisás Funfun. Após a chegada dos Orisás, era a vez dos Ebora e a cada um foi dada por Olodumare uma função na terra.
Sem Olooke nenhuma divindade teria chegado à Terra e sendo ele a primeira terra firme, sempre se deve recorda-lo e fazer-lhe oferendas, pois o que aconteceria se ele resolvesse voltar para Okun. Epa mole.
Olooke é a colina, tudo que é elevado e alto, a lava vulcânica também lhe pertence e é a divindade de todas as montanhas da terra, sendo ainda a força e o guardião de todos os Orisás. É inseparável de Obatala.
A árvore Ose (Baobá) é também sua representação e seu arbusto de culto, pois a grandiosidade do Baobá, sua altura, sua magnitude, a idade de até 6000 anos que pode viver, sua solidez faz dela a árvore escolhida por Olooke para seu culto. No Brasil por existirem poucos Baoba passou-se a cultuar Olooke ao pé da gameleira branca que serve de culto também para Iroko, mas um Orisá não tem nada a ver com o outro.
Na África, até os dias atuais, este Orisá é tido como de muita importância, sendo temido e seus festivais anuais, os “Semuregede”, atraem grande número de fiéis que acreditam que Olooke trará prosperidade e paz pelo ano todo.
Seus ritos são sete e dois deles são os pontos culminantes que é a oferenda no arbusto na floresta sagrada e sua saída à rua acompanhado de seus adoradores onde as pessoas prostram- se com a cabeça no chão em sinal de grande respeito e temor perante um Orisá tão poderoso.
Os não iniciados escondem-se dentro das casas, assim como as mulheres grávidas e crianças que não fazem parte do Egbe. Aquele que pode dirigir-se a Oloke e conversar, fazer pedidos a ele, chamam- se Baba Elejoka.
Olooke é o guardião de muitos povos no Ekiti (Nigéria), e lá estão localizadas as maiores rochas onde se praticam seu culto.
E o mito continua: Quando tudo já estava funcionando com cada Orisá e Ebora com suas funções sendo executadas, eis que Olokun julgou que havia sido prejudicada perdendo espaço para as outras divindades e então Olokun resolveu retomar o espaço que ocupava anteriormente invadindo as terras. Muitos seres que já haviam sido criados morreram com ira de Olokun. Olodumare vendo o que estava acontecendo novamente deu ordens a Oroina, Aganju, Igbona e Olooke para que fizessem uma cadeia de montanhas que isolasse Olokun em seu espaço e assim com a força destes Orisás, as montanhas isolaram Okun, mas Olokun insistia em invadir desafiando assim as ordens de Olodumare, que, enfurecido condenou Olokun a viver nas partes mais profundas do Oceano e ainda a acorrentou dando a ela um mensageiro que era uma grande serpente marinha de tamanho nunca antes visto.
E deu a Olokun uma Ilha aonde sua mensageira viria receber as oferendas para levar até Olokun. Após muito tempo nesta situação, já com a terra e a criação reconstruída, Olokun pediu a Olodumare que a deixasse livre mas os seres que viviam na terra deveriam lhe fazer uma oferenda diária de um ser humano em troca do espaço perdido e que lhe pertencia. Olodumare concordou mas ela deveria permanecer no fundo de Okun e apenas de tempos em tempos poderia vir à superfície em sua ilha e quanto às oferendas diárias, seria a grande serpente, sua mensageira quem lhe entregaria.
Com a invasão de Olokun os primeiros seres que haviam sido criados foram todos tragados pelas águas, mas estes primeiros seres eram defeituosos e mal acabados pois eram as primeiras experiências dos Orisás que puderam então fazer seres mais aprimorados que desenvolveram as civilizações.
Olooke criou vários lugares para sua adoração, mas sua cidade principal foi Okiti Ikole onde era adorado em um grande Ose (baoba). Ekiti, é seu grande celeiro. Olooke também é uma criatura branca complexa e sendo assim veste branco e seu rosto não deve ser encarado por nenhum mortal. O Orisá também não quer ver os olhos das pessoas pois não confia nelas e assim reserva-se debaixo de um Ala.
Olooke esta sempre presente nos festivais de Yeye Olokun e de Obatala. Seu toque principal no tambor “D’Água” lembra muito o Aluja tocado para Sangò, porém mais cadenciado. A dança é muito valorizada pela beleza, e os movimentos tornam-se mais lentos para que possam ser executados com muito mais graça. Ele dança também o ritmo Ijesá, isto tanto na África quanto no Brasil. No festival de Olooke em todo Ekiti, na semana que antecede o festival o Egun de Olooke é quem sai a rua para dançar.
Na semana seguinte é o festival do Orisá que reúne grande número de fiéis e em alguns ritos é proibido a presença de mulheres e crianças, pois, as mulheres não podem sequer tocar no Igbá do Orisá. Elas são consideradas escravas de Olooke e podem apenas cantar para ele (e neste momento quem deve cantar são apenas as mulheres). Elas podem também ser iniciadas para Olooke, porém não podem por a mão no próprio assento de seu Orisá, tendo que imediatamente ser confirmado um homem que fará as funções. Um Orisá acompanha muito Olooke ao ponto de levar em seu nome o nome do Orisá:
Ogun Olooke ou Ogun Oke pouco conhecido no Brasil. Este Ogun viveu ao lado de Olooke e é quem dá caminhos a Olooke. Ogun foi quem abriu os caminhos para Olooke vir para as terras baixas e participar do convívio das pessoas.

ORIXÁ OROINA – A DEUSA DO FOGO UNIVERSAL

por -Baba Rotimi, casadocriador.org.br

No principio do mundo, só reinavam Orisas Olokun, o deus do oceano e Nanã, a deusa dos pântanos e só água cobrindo tudo. Olodumare o deus supremo, aborrecido com a monotonia, então ordenou a deusa do fogo universal, matéria de origem do sol, a força da lava vulcânica contida nas entranhas da terra, a fazer surgir com a força vital da existência do fundo do mar que cresceu em forma de erupção vulcão com a ajuda de Orixás Aganju, deus da erupção vulcânica.
Logo Olodumare, reuniu com todos os demais Orixás e determinou a cada um o seu domínio na criação da vida. Olodumare novamente deu ordens as Orixás Oroina e Aganju, para que fizessem uma cadeia de montanhas que isolasse Orixá Olokun em seu espaço, e assim com a força destes Orixás as montanhas isolaram Okun – mar, mas Olokun insistia em invadir a terra desafiando assim as ordens de Olodumare.
Após muito tempo nesta situação, já com a terra e a criação reconstruída, Olokun pediu a Olodumare que os seres humanos que viviam na terra deveriam lhe fazer oferenda diária de cada ser humano em troca do espaço perdido e que lhe pertencia.
Olodumare julgou justo e concordou, mas ela deveria permanecer no fundo de Okun e
Apenas de tempos em tempos poderia vir à superfície.
É por isto que até hoje todos os dias o mar leva um ser humano, mantendo assim Olokun apaziguado.