domingo, 29 de setembro de 2013

Cosme e Damião ou Ibejis? Conheça a diferença - por Pai NIno D'Oxumarê

Fonte: Noelle Oliveira - Portal EBC


O dia de São Cosme e São Damião, para os católicos, também é celebrado no Candomblé. Nesse caso, no entanto, comemora-se a tradição em 27 de Setembro e, tendo como referência, dois Orixás. "Não são as mesma figuras, mas em ambas são irmãos com histórias de vidas parecidas", explica Pai Nino D'Oxumarê, da Federal de Umbanda e candomblé de Brasília e do Entorno.
Sabe quem são Cosme e Damião?
Nesse caso, a tradição tem como referência os Ibejis, divindades africanas. Para o Candomblé eram irmãos gêmeos que, em troca de brinquedos e doces, resolviam os problemas levados a eles. "Resolviam problemas garantiam colheitas mas, casos as promessas não fossem cumpridas, faziam travessuras e podiam até mesmo reverter o que havia  sido pedido",  conta  Pai Nino.
Segundo a lenda, um dos irmão morreu afogado e o outro extremamente triste, pediu ao "Deus supremo",  que o levasse. "Conta tradição que foi deixada na terra uma imagem em que a figura dos dois apareciam juntas e jamais poderiam ser separadas. A partir de então, as promessas passaram a ser feitas para a imagem, também em troca de doces e brinquedos", conta.
"Os Ibejis são celebrados com cultos próprios durante todo o ano, Já que estão ligados a ideia de "criação", são cultuados em todos os rituais", explica Nino. "Devido a convivência com a cultura cristã, também fazemos festa em Setembro em que são distribuídos brinquedos, doces e Caruru (comida típica que pode ser acrescida de amendoim ou castanha) para as crianças", explica.
Já na Umbanda, celebra-se Cosme e Damião e não os Ibejis, na mesma data. "Quando os escravos foram trazidos da África para o Brasil acabaram criando a Umbanda e, para poderem realizar seus cultos, associaram seus deuses aos do catolicismo. Mas o princípio é o mesmo", conclui Pai Nino D'Oxumarê.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Prefeito Fernando Haddad veta Umbanda com Patrimônio Imaterial do Estado de São Paulo

Fonte: UOL - Jornal A TARDE, 17 Setembro de 2013, assunto BRASIL, às 16:20pm.
por - Diego Zanchetta - Agência do Estado

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vetou nessa terça-feira 17, o projeto de lei que tornava a Umbanda patrimônio imaterial de São Paulo. A proposta, assinada por 18 dos 55 vereadores paulistanos, "não pode ser tratado por meio de lei própria, vez que a declaração de um bem como patrimônio imaterial reveste-se de aspectos que extrapolam critérios exclusivamente políticos, técnicos ou jurídicos", segundo a justificativa do veto feita pelo prefeito.
O projeto aprovado em duas votações, no Legislativo foi liderado pelo vereador Laércio Benko (PHS), Umbandista que costuma defender as religiões de "matrizes africanas" em seus discursos no plenário do Palácio Anchieta. Para Fernando Haddad, porém, "para que a Umbanda possa ser declarada patrimônio cultural imaterial paulistano, é necessário ser a proposta correspondente submetida a criteriosos estudo técnico, envolvendo equipe multidisciplinar, formada inclusive por historiadores e antropólogos, o que só pode ser realizado por meio do procedimento administrativo" dentro da Secretária Municipal de Cultura.
O único patrimônio cultural imaterial de São Paulo continua sendo a Casa Godinho, inaugurada em 1888 no Centro de São Paulo. A decisão foi tomada após dois anos de estudos do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (CONPRESP), cuja a avaliação foi de que a Casa Godinho "ainda mantém o sistema de atendimento ao cliente no balcão, direto e pessoal, característico dos antigos empórios de secos e molhados".
Na fila para ganhar o mesmo status da Casa Godinho estão o sotaque da Móoca e a Festa de San Genário - os pedidos para se tornarem bens imateriais seguem sob análise do órgão municipal.
Ao vetar a Umbanda como bem imaterial paulistano, o prefeito também citou que a religião tem o 15 de novembro como data comemorada anualmente no calendário oficial da cidade com o Dia da Umbanda e do Umbandista.