sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Partindo da Mãe África, atravessando o atlântico e criando raízes no Brasil

por - Rodrigo Correia dos Santos - médium, sacerdote umbandista, ogan e adm. do site tamboresdeorunmila.

Minhas raízes estão ligadas a Mãe África, trazida pelos escravos dentro dos “tumbeiros” como era chamados os navios negreiros, atracados e ancorados em solos brasileiros escrito com sangue de pessoas passivas na pele desses homens cujo nosso Pai Maior lhe confiou essa missão.
Miscigenação, lágrimas, dor, alegria, fé esses homens e mulheres cultuavam seus Orixás pedindo a vossa proteção, e assim por alguns momentos matavam a saudades da mãe África e de quem a completa.
Estava quase nascendo, já tinha conquistado a todos dentro da nossa senzala que era um pedacinho da nossa África aqui em terras brasileiras e o respeito entre as nações com a minha humildade que desde sempre a carreguei comigo, mostrando sempre o amor ao próximo só me restava à liberdade.
Anos passaram alguns irmãos meus se foram, outros iam chegando a todo o momento até que o dia mais esperado chegou 13 de maio de 1888, nosso sonho veio através das mãos de uma mulher que estava no poder, e o nosso sonho se concretizou ganhamos a “liberdade” que lutávamos constantemente.
Estava pronto para colocar em prática o segundo ato da minha missão aqui na terra, no dia 15 de novembro de 1908 dei inicio a parte mais complicada e significativa da minha existência junto com o meu companheiro espiritual chamado caboclo da sete encruzilhadas junto com o nosso maior porta-voz o médium chamado Zélio Fernandino de Morais.
No dia seguinte na hora marcada por Zelio Fernandino de Morais demos inicio a minha existência, fui batizada e ganhei o nome de “Umbanda”. Sou eu quem guarda todas as pessoas que me respeitam e se dedicam com a prática da caridade e ensinando para as outras pessoas o amor ao próximo sem se preocupar com cor, credo, classe social...
Estou sempre guardando meu filhos queridos que são inúmeros aqui no plano físico, na caminhada aqui em cima da terra vermelha, com as benções de nosso Pai Olorum e nossa Mãe Iemanjá.
Filhos meus não me chamo Umbanda por caso, e vocês meu filhos também não são Umbandista por caso... Somos uma família só.