quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tipos de Filhos de Santos


FILHO DE SANTO JIBÓIA: Só vai nas festas para se empanturrar. 
FILHO DE SANTO PITBULL: Não deixa ninguém se aproximar do Pai de Santo.
FILHO DE SANTO PEQUINÊS: Está sempre lambendo o Pai de Santo.
FILHO DE SANTO GATO: Dá o tapa e esconde a mão.
FILHO DE SANTO BICHO PREGUIÇA: Na hora da função, cadê ele?
FILHO DE SANTO MACACO: Pula de Casa em Casa.
FILHO DE SANTO HIENA: Está sempre rindo, mas não sabe do que.
FILHO DE SANTO CAVALO: Só serve pra dar coice, cuidado!
FILHO DE SANTO CONDOR: Está sempre gemendo nos cantos.
FILHO DE SANTO GIRAFA: O corpo esta no chão mas a cabeça esta longe.
FILHO DE SANTO ELEFANTE: Impossível não notar sua presença.
FILHO DE SANTO URUBU: Só aparece quando a coisa fedeu.
FILHO DE SANTO ARANHA: Trabalha muito em sua casa, e ainda tem gente que não lhe dá valor.
FILHO DE SANTO VIRA-LATA: Leva Coió, mas sempre volta com o rabo entre as pernas.
FILHO DE SANTO SAPO: Está sempre cheio de feitiço.
FILHO DE SANTO PAVÃO: Gosta de aparecer mais que os outros.
FILHO DE SANTO FRANGO: Novo no Santo, mas gosta de cantar de Galo.

FILHO DE SANTO MICO: Só serve pra fazer os outros rirem.
FILHO DE SANTO ZEBRA: Sempre corre do “Leão do Pai de Santo”.
FILHO DE SANTO PEIXE: Todos contribuem com a festa e ele NADA.
FILHO DE SANTO RINOCERONTE: Debaixo de toda aquela casca dura tem um coração mole.
FILHO DE SANTO PAPAGAIO: Repete o que o Pai de Santo diz, mas não sabe o que esta falando.
FILHO DE SANTO CORUJA: Fica só de longe observando.
FILHO DE SANTO POMBO: Se tiver comida ele vem todo dia.
FILHO DE SANTO LEÃO: Se você olhar nos olhos dele ele te avança.
FILHO DE SANTO CABRITO: Quando aparece na Casa, é no Sacrifício.
FILHO DE SANTO BORBOLETA: Esta sempre voando por ai, e quando aparece é só para enfeitar o Salão.
FILHO DE SANTO GRILO VERDE: Quando aparece é para dar Sorte.
FILHO DE SANTO BARATA: Ninguém gosta, mas esta sempre na Casa de Santo.
FILHO DE SANTO GALINHA D’ANGOLA: Cheio de fundamento.
FILHO DE SANTO BEIJA-FLOR: Vem na Casa, fica um pouquinho e vai embora.
FILHO DE SANTO TAMANDUÁ: Tem a língua maior que a boca.
FILHO DE SANTO UNICÓRNIO: Perfeito, mas todos sabem que não existe.

Larvas Astrais

por Laura, 15 de Junho de 2012 - Jornal Nacional da Umbanda - edição 38, página 22

Criaturas vampirizadoras de nossos sentimentos, desejos e pensamentos de baixíssima 

vibração. Alimentam-se dessas energias negativas, sugando nossas reservas. Podem ser inicialmente geradas ou atraídas por nós mesmos, através do desequilíbrio físico, espiritual e emocional 
ou enviadas por espíritos malignos que encontram “abertura” em nossa defesa psíquica. 
Quando o indivíduo encontra-se sob forte processo obsessivo, as larvas são continuamente renovadas, crescendo assustadoramente. Muitos casos em que a medicina clínica não consegue 
diagnosticar o quadro encontram-se nessa categoria. 
A permanência dessas substâncias é altamente nociva ao ser, implicando em desordens físicas e espirituais que variam de intensidade e danos, dependendo das medidas terapêuticas e 
profiláticas adequadas.
Essas criaturas existem independentes no astral inferior como uma réplica dos parasitas 
encontrados na vida biológica, e como eles, são potencialmente perigosas para quem está mais vulnerável às suas investidas. Nesse caso, baixa imunidade seria de natureza moral e espiritual. 
Não que todos os seres vitimados por essas criaturas, sejam pervertidos e desprovidos de valores espirituais elevados, e sim que quando entramos em sintonia de baixa vibração, pela cólera, inveja, ressentimentos, desejos de vingança, pensamentos suicidas ou homicidas, sexualidade promíscua etc, abrimos a nossa guarda e deletamos a nossa imunidade, possibilitando o assédio e 
crescimento acelerado dessas criaturas.
Indica-se a limpeza, desinfecção e imunidade energética através de passes magnéticos, ingestão de água fluidificada, passes em Terreiros de Umbanda, utilização de florais, cromoterapia, 
banhos de descarrego com ervas, aplicação de Reiki, terapias de orações, repetição de mantras, modificação do padrão mental negativo, através da inovação de hábitos saudáveis como yoga, meditação, caminhadas, abstinência de álcool e fumo excessivo, alimentação comedida e saudável, mudança de hábitos sexuais nocivos e degenerados entre outros.
Outros nomes atribuídos a essas criaturas: Larvas espirituais, larvas fluídicas, larvas energéticas, vibriões mentais, bacilos psíquicos, larvas psíquicas, vermes astrais.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Caboclo Pery - Desenvolvimento Mediúnico


Uso das Ferramentas pelos Guias Espirituais

Por: Newton Carlos Marcellino, 1 Setembro de 2012, Jornal Nacional da Umbanda, edição 44, páginas  13, 14 e 15
Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou 
projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc.
Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando 
na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, 
as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a 
atenção e tornar o ritual cheio de pompas.
Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso.
Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos 
conhecer algumas:
• Pretos / Pretas velhas: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu 
de palha, cigarro de palha, etc.
• Exú: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.
• Pomba-gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, joias, etc.
• Caboclos de Oxóssi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc.
• Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc.
• Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc.
• Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc.
• Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.
• Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc.
• Obaluaye / Omulú: roupa de palha da costa, xaxará, pipocas, etc.
• Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, joias, almofadas, etc.
• Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.
Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com 
apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não 
servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo.
Para que servem as ferramentas?
Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao 
médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio 
para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, joias, 
pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o.
Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, 
como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir 
como meio para atrair energia positiva e carregar o médium.
Como são utilizadas as ferramentas?
Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação 
no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos 
Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. 
O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que Basta saber pedir, saber bater, para que o Divino Criador lhe atenda. É religioso: porque é um ato de fé. Porque é realizado dentro de um Templo de Umbanda Sagrada e também, porque 
é realizado por um sacerdote ou sacerdotisa, que trás em si a outorga de realizar o Culto Mágico 
Religioso, dentro do ritual de Umbanda Sagrada.
O Templo de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, vem realizando o Culto Mágico
Religioso no inicio dos seus trabalhos espirituais. Porque entende que desta forma, vai internalizando nos corações de todos que a buscam os conhecimentos Divinos, como mais uma forma de 
louvar Deus e seus Divinos Tronos, (os Sagrados Orixás da Umbanda) e atender a muitos de uma 
só vez pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a 
definir qual ferramenta utilizar.
Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana e pobre - como 
um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas:
I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc.
a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.
b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e 
ainda não foram processadas durante o ritual.
II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.
a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na concentração. 
b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes.
III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao 
médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho 
do guia.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra.
IV. Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para serem repassadas 
ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão.
V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao 
médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”.
VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para 
ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente 
sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão.
Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente.
Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos? Os próprios 
guias!
Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presentear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é 
que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias. 
Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro 
que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras, refor-
çando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo.
E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um 
consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta?
Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de 
nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra 
pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: 
se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambono do médium girante, e 
às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” 
de nossa parte. Todo cuidado é pouco.
Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é gratuita, logo um presente pode caracterizar, indiretamente, como pagamento por um “serviço bem feito”.

A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. 
O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos 
guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o 
guia que saberá o que fazer com o presente. 
E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou 
durante a gira, isso foi descarrego? Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativamente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do 
excesso de energia ela pode estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em 
decorrência do excesso de energia. 
O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até 
mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz 
lunar.  Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da 
guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é descarrego.

O que buscamos na Umbanda

por: Tininha - Jornal nacional de Umbanda 
1 Setembro de 2012, edição : 44 página 15
     
Quando decidimos nos dedicar a um caminho religioso na Umbanda? Muitas vezes estamos cansados 
da nossa maneira de ver a vida, de não nos importarmos com os problemas que nos cercam e com os nossos 
irmãos.
O que buscamos? Buscamos por virtudes! Virtudes essas, que por muitas vezes já temos, porém estão 
adormecidas e são bases importantes em toda nossa jornada. A partir do momento que nós nos dedicamos de 
coração, tudo vai ficando mais claro.
Uma dessas grandes virtudes é a gratidão. A gratidão nunca vem sozinha, ela está sempre acompanhada de uma série de outros sentimentos: amor, amizade, humildade, e etc.
É importante não confundir gratidão com adoração ou outro tipo de lisonja.
Quem não ama (seja qualquer um dos exemplos de amor: de pai, de mãe, de irmão, de amigo) não é 
grato. 
Quem não ama não é aquele que odeia, mas sim aquele que é indiferente. A falta de gratidão é resultado 
da incapacidade de retribuir e por isso está ligada
ao egoísmo e à apatia.
Afinal agradecer é reconhecer, é retribuir. Mesmo que as coisas não aconteçam da forma que desejamos. Pois nem sempre a oportunidade de crescimento e evolução vem fácil.
A gratidão é um dom de troca, é amor puro, é amor verdadeiro e por isso se aproxima
tanto da solidariedade/caridade (como uma gratidão incondicional).
A gratidão é um mistério, é peça fundamental na vida de todos nós, é a mais agradável
das virtudes. A gratidão é definitivamente o caminho para o bem maior.
Portanto, devemos ser gratos, pois tudo está a serviço do nosso crescimento, proporcionando expansão 
de consciência sobre quem somos. Pense nisso! 
Pense na gratidão como um sinal de evolução. Pratique! Agradeça! Que Oxalá nos abençoe...

Todo o Amor da Criação

por - Alexandre Cumino - médium, sacerdote umbandista, mago, escritor e dirigente do Templo Escola Pena Branca.

Ser ou não Ser... Exu!

por - Rodrigo Queiroz - médium, sacerdote umbandista

sábado, 8 de setembro de 2012

Procedimentos de Umbanda


A doutrina de Umbanda estimula os procedimentos corretos e incor­porou aqueles mais afins com a própria natureza divina dos Orixás.
A um médium é solicitado que co­nheça o mínimo indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais. Também é exigido que se estude um pouco, porque só assim en­tenderá tudo o que acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de trabalho.
Cada religião tem seus paramentos ou suas vestes litúrgicas, e a Umbanda tam­bém tem os seus: vestes brancas.

Por que o branco é a cor preferencial da Umbanda?
O branco é a cor de Oxalá, o re­gente da Fé no Ritual de Umbanda Sa­grada. Logo, como a fé é o mistério re­ligioso por excelência, o astral tem estimulado o uso dos paramentos brancos. O simbolismo da veste branca é bem visível, além de permitir uma uniformidade na apresentação do corpo mediúnico.
Mas, se alguém se veste de branco e assume o grau de médium, dele tam­bém se exige que purifique seu íntimo, reformule seus antigos conceitos com relação à religiosidade e se porte de acordo com o que dele esperam os Ori­xás sagrados, pois será estes que o ampararão daí em diante.
A doutrina de Umbanda tem por ob­je­tivo primeiro o auxílio espiritual, e esti­mula o despertar da consciência religio­sa nos médiuns. Os doutrinadores sa­bem que tem que ser pacientes, pois precisam lidar com pessoas oriundas de outras religiões, nas quais já desenvol­veram uma consciência mais ou menos de acordo com o que pregam suas dou­trinas.
A doutrina tem como um dos seus pro­cedimentos basilares nunca obrigar alguém a renegar a religião que pra­ticava, pois nenhuma religião deve ser renegada ou criticada.
O máximo tolerado pela doutrina é a crítica aos mercadores da fé, aos fanatizastes líderes religiosos das doutri­nas obscurantistas, e, ainda assim, se eles forem os primeiros a agredir a religião umbandista, como sempre ocor­re, já que sentem uma ameaça invisível aos seus feudos religiosos nas religiões libertadoras do espírito, como o são a Umbanda e o Espiritismo.
As verdades semeadas pelos espí­ritos são superiores às que eles semei­am e tratam logo de combatê-las. Mas, fora essas escaramuças em nível terra, a doutrina de Umbanda reprova toda tentativa de diminuir outras religiões, pois todas se fundamentam em Deus e em sua divindades. Logo, o universalis­mo adotado pela doutrina de Umbanda não permite críticas às outras religiões, tampouco obriga alguém a renegar sua antiga crença.
Quem proceder de outra forma não é ainda, um verdadeiro médium de Um­banda Sagrada, a mais ecumênica das religiões. Em seus templos manifestam-se espíritos trazendo ainda vibrantes as suas antigas forma­ções religiosas que lhes possibilitaram a ascensão es­piritual aos níveis superiores da luz.
Manifestam-se espíritos vindos de to­das as outras religiões e regiões do pla­neta. Uns são hindus, outros são ára­bes, outros são judeus, budistas, cris­tãos... e até índios brasileiros e negros africanos, os seus fundadores espiri­tuais.
Logo, dentro dos procedimentos re­co­mendados está o de absterem-se de qualquer crítica a outras religiões ou de alimentarem preconceitos religiosos mesquinhos.
Outro procedimento recomendado é respeitar os templos de todas as re­ligiões e seus espaços religiosos, pois, aquele que na respeita a casa alheia, não respeita a própria.
Se não consegue ver em um templo alheio uma morada de Deus, então não é digno de dizer que, no seu templo, Ele habita. Em verdade, onde as pes­soas se reúnem para louvar a Deus, Ele ali se estabelece e se manifesta, não importando que o invoquem com outros nomes que não o de “Olorum” ou “Zambi”. Deus é único e os nomes que Lhe dão são apropriações humanas de Suas qualidades divinas manifestadas há todos os tempos. Afinal, Ele é tudo em Si mesmo e temos de invocá-Lo por um nome que mais nos fale ao coração, certo?
Outros procedimentos recomen­dados, e já bastante divulgados, são relativos às práticas rituais:
• Em dia de trabalhos mediúnicos, não se deve comer alimentos de difícil digestão ou ingerir bebidas alcoólicas, pois estas entorpecem a mente a anulam a percepção extra-sensorial, assim como abrem o campo mediúnico às vibrações negativas e estimulam o emocional dos médiuns;
• a mediunidade só deve ser desen­volvida com o recurso da concentração dos cantos rituais e dos atabaques, e nun­ca com o concurso de qualquer produto alucinó­geno, o qual cria delírios emocionais e animismos;
• médium desequilibra­do deve ser afas­tado do corpo mediúnico e enca­minhado para tratamento médico- psi­co­­lógico e es­piritual;
• médium alcoolizado, ainda que mi­ni­mamente, não deve realizar trabalhos práticos, ou deles partici­par;
• médium que não realizar a higiene espiritual e pessoal, tal como banho com ervas, firmar uma vela para o seu anjo da guarda, firmar sua esquerda e direi­ta, etc., não está apto a realizar um bom trabalho mediúnico. Nessa higiene pessoal inclui-se a bucal, pois não há coisa mais desagradável que um consu­lente ter que suportar o mau hálito de um médium relapso.;
• estar sempre vestido com roupas limpíssimas;
• portar-se com respeito e silêncio dentro das tendas – espaços consa­grados as divindades e aos rituais reli­gio­sos praticados dentro da Umbanda.

Provérbios em yorubá


Àdágún silè takète kosése
(Não se deve iniciar a guerra e ir embora )
Bí abá so òkò sójà ará ilé eni ní bá
(Aquele que atira pedras ao mercado corre o risco de atingir um parente)
Tí aṣeni bá ní ibi mefa yoo fi Ikan tabi Meji si ara re
(Se um homem perverso está armado com seis maus caminhos ele vai prejudicar a si mesmo com um ou dois)
Umbotê Kelembeketá Nzambi Atandú Mukuônso
(A beleza é a sombra de Deus sobre o Universo)
Eni para buru mo ko kan fe Pawa Dà ni
(Um sujeito perverso está ciente de que ele é mau, ele simplesmente não quer mudar)
Tí èyàn yoo bá huwa kan Eni ó ko Ranti esan kan ola
(Antes de um ato de hoje, deve-se considerar o resultado de amanhã )
Bi omodé da ilè, ki o má se da Ògun
(Uma Pessoa pode trair tudo e todos na terra, só não se deve trair Ogum)
Ojú tó Ribi tí ko fo, a ira de ló ńdúró
(Os olhos que viram o mal e não ficaram cegos, é só esperar para ver o bem)
Tí Ayé bá tojú Agba bàjẹ, àìmọwàá Nhu won ni. 
(Se reina a turbulência sob a acusação de um ancião, deve ser devido ao seu mau comportamento)
Eni bá jale lẹẹkan, a Ba Daso Arán bo Orí, Aso ole ló Dà bora. 
(Quem rouba uma vez, mesmo vestido de veludo, um ladrão, ele permanece)